Filosofia na Escola Secundária Jaime Moniz - Funchal

14
Jan 10

     Na Alegoria da Caverna, Platão descreve um grupo de homens que vivem presos no fundo de uma caverna e que consideram reais as sombras projectadas na parede. Para eles, essas sombras são a realidade – a única realidade.

     Platão termina a Alegoria dizendo que os prisioneiros são semelhantes a nós. Essa semelhança significa que nós muitas vezes também confundimos a aparência com a realidade e julgamos verdadeiro o que é falso. Não estamos presos por correntes metálicas como os prisioneiros descritos por Platão, mas por outro género de “correntes”, que não imobilizam o corpo mas sim a mente: preguiça, medo, vícios, falta de espírito crítico, etc.

     Inspirando-se na Alegoria da Caverna, o artista brasileiro Maurício criou uma pequena banda desenhada ("As Sombras da Vida") em que compara os prisioneiros, que julgam as sombras reais, com as pessoas “viciadas” em televisão, que confundem as suas imagens com a vida. Como é evidente, não é a televisão em si que é uma “corrente” mas a atitude acrítica e passiva que muitas pessoas têm perante ela.

(Pode encontrar essa banda desenhada aqui: clique em Quadradinhos, depois em Histórias Seriadas e finalmente em Piteco: As Sombras da Vida).

     Para ilustrar essa ideia existem muitos outros exemplos: as pessoas que discutem as acções e personalidades das personagens das telenovelas como se estas fossem pessoas reais; as pessoas, nomeadamente crianças, que imitando os feitos dos super-heróis vistos na TV tentam voar ou dar saltos impossíveis; as pessoas que em vez de praticar desporto passam horas sentadas no sofá a ver desportos na TV; etc.
 
publicado por Horacio@Freitas às 16:20

 

Alice Santos, professora de filosofia acaba de lançar mais um livro do qual disponibilizo aqui a introdução e a respectiva capa e contracapa.
 






Introdução


“A questão não está em saber se eles podempensar ou falar, mas sim se podem sofrer”

Bentham



No Verão em que visitei, pela primeira vez, o canil novo da Associação Brigantina de Protecção dos Animais, saí de lá com a certeza de que este livro iria ser escrito. Espantou-me, por um lado, o facto de todos os cães abandonados, mais de uma centena, terem um nome atribuído carinhosamente pelos tratadores; por outro, o trabalho árduo, voluntário e diário de todas as pessoas envolvidas naquele projecto.
A diversidade dos residentes do canil vai desde os bebés fofos e brincalhões, para os quais existe ainda a esperança de encontrar um lar, até aos velhotes que na devida altura ninguém quis e que foram integrados na grande casa que é o canil. Fiquei com a convicção de que foi a compreensão profunda do significado do amor de cão que permitiu que a Associação resistisse, contra ventos e intempéries, até aos dias de hoje. Por isso desejei dar voz humana à comunicação não discursiva, mas falante, de alguns dos animais que passaram pelo coração destas pessoas.
A escrita deste livro fez-me despertar para a realidade concreta do abandono e maus tratos que o chamado “melhor amigo do homem” sofre no nosso país. Poderão invocar o facto de haver muita miséria humana e que, por isso, a dos cães é um mal menor. O que pretendo mostrar é que a forma como lidamos com os animais, com a biodiversidade, com os mares e os rios, e com o planeta em geral é o espelho da verdadeira miséria humana. Quem abandona um companheiro indefeso tem o caminho lavrado para a indiferença em relação à fome ou sofrimento do vizinho humano, à criança esquecida ou humilhada, ou mesmo em relação ao esgotamento dos recursos naturais. Tais atitudes estão relacionadas com questões de sensibilidade. As escolas prestariam um enorme serviço à humanidade se deixassem de se preocupar apenas com o cognitivo e desenvolvessem conscientemente uma educação para uma sensibilidade integral.
A Declaração Universal dos Direitos do Animal tem cerca de trinta anos e os princípios nela consignados são ainda uma espécie de campo de batalha de gente considerada esquisita, alternativa ou pura e simplesmente que não tem mais nada que fazer. Os princípios aí defendidos são suficientemente revolucionários para que uma aplicação rigorosa exigisse a alteração profunda de hábitos e concepções da Natureza. Por outro lado, enquanto princípios têm apenas uma função reguladora e não constitutiva. Para que esta última se dê é necessária a transformação dos princípios em lei. Louva-se, por isso, a lei recente relativamente à utilização dos animais nos circos que, no horizonte limitado de velhos costumes e hábitos, está a ser objecto de contestação. Do mesmo modo enquanto os crimes contra a Natureza em geral e os animais não passar pelo período pedagógico da coercitividade da lei continuaremos longe da ideia de que o desrespeito pelos animais está relacionado com o desrespeito pelos seres humanos entre si.
Apenas o encerramento num antropocentrismo serôdio impede a extensão do princípio da igualdade na consideração de interesses (princípio amplamente defendido por Peter Singer) às espécies animais não humanas:

“Como pode alguém gastar o seu tempo com a igualdade dos animais quando a verdadeira igualdade é negada a tantos seres humanos?
Esta atitude reflecte um preconceito popular contra a ideia de levar os interesses dos animais a sério – um preconceito tão infundado como aquele que levou os esclavagistas brancos a não considerar com a devida seriedade os interesses dos seus escravos africanos.
(...) A dor e o sofrimento são maus e devem ser evitados ou minimizados, independentemente da raça, sexo ou espécie do ser que os sofrem.”[1]
Para a aplicação do princípio da igualdade na consideração de interesses a qualquer animal humano e não humano torna-se necessário centrarmo-nos na capacidade que cada ser possui de sofrer e de gozar as coisas. O que nos poderá, então, fazer crer que um animal não humano não tenha interesse em não ser molestado e em usufruir de bem estar? Se um tal interesse dependesse apenas da capacidade de pensar, então deveríamos excluir do mesmo modo os bebés humanos e os deficientes mentais profundos.
Se desde a infância explicitamente fizesse parte da educação observar, compreender, respeitar e amar os animais, o princípio da igualdade na consideração de interesses seria vivido com naturalidade. Pelo contrário, encontramos frequentemente pessoas que tratam os animais com muito menos cuidado do que aquele que colocam em relação às coisas que possuem.
Todas as histórias deste livro tiveram como ponto de partida histórias reais de abandono ou de maus tratos. Seria desejável que elas nos fizessem pensar no modo como nos estamos a relacionar com o tesouro que é a vida.
O abraço final do Pulga é o símbolo dessa riqueza.
Alice Santos
 

in http://filosofiaes.blogspot.com/

publicado por Horacio@Freitas às 16:14

 

 

A Surfista. jpg

A Surfista, fotografia de Gustavo Moreira Tavares (tirada daqui). 

Os sofistas - pensadores gregos, cujos nomes mais conhecidos são Górgias e Protágoras – foram os primeiros a reflectir sobre o poder persuasivo da palavra. Foram também educadores: ensinavam aos cidadãos gregos a retórica, preparando-os assim para participar na vida política da polis.

No Fédon, Platão atribui, por intermédio de Sócrates, as seguintes características aos sofistas: “(…) é mesmo o filósofo que vos fala, aquele que ama o saber, e não um desses homens sem sombra de cultura, que amam apenas o triunfo das suas teses! Refiro-me aos que, em qualquer tipo de discussão, relegam para segundo plano a natureza real das questões a tratar, e se empenham exclusivamente em convencer os seus ouvintes das opiniões que eles mesmos sustentam (…).”

Destes pensadores, além das referências efectuadas por filósofos posteriores, não chegaram até nós mais do que fragmentos dos escritos originais. Como por exemplo este, da autoria de Górgias (séc. V a. C): “Nunca me falta assunto num discurso”.

A má fama, talvez injusta, que a palavra “sofista” adquiriu – sinónimo de manipulador, daquele que, numa discussão, não olha a meios para alcançar os seus fins – tem em Platão um dos seus principais responsáveis.

Do ponto de vista platónico, o sofista é, por oposição ao filósofo, aquele que pretende convencer o auditório, independentemente da verdade. Assim, em vez de procurar persuadir de forma racional e lógica, recorre a todo e qualquer tipo de subterfúgios. Se necessário utiliza argumentos intelectualmente desonestos, que nada têm a ver com a discussão do assunto em causa, como por exemplo o ataque às características pessoais do interlocutor, o apelo aos sentimentos do auditório, o uso de ameaças, a utilização da autoridade de forma ilegítima, entre muitos outros (designados em Filosofia por falácias informais).

Uma das principais objecções de Platão às ideias dos sofistas prende-se com o facto destes defenderem o relativismo (Protágoras afirmou “o homem é a medida de todas as coisas”). A ideia que a verdade depende do ponto de vista de cada um e, por isso, não existe uma verdade objectiva que possa ser partilhada por todos.

Platão, no diálogo intitulado Górgias, levanta algumas objecções à perspectiva relativista. Se fosse correcta, como se poderia distinguir o verdadeiro do falso? Que sentido faria as pessoas discutirem, se nenhuma opinião poderia ser considerada errada, por mais absurda que fosse? Se cada um possui a sua verdade para quê trocar argumentos? Que valor teria a procura do conhecimento?

Platão conclui que a troca de argumentos só faz sentido no pressuposto de que não estamos condenados ao domínio da subjectividade - não vivemos no reino das opiniões, argumentamos racionalmente para nos tentarmos aproximar da verdade.

Estas considerações vêm a propósito de notícias recentes relativas à vida política portuguesa: a apresentação das listas e dos programas eleitorais dos vários partidos. Percebi, de súbito, devido a este estímulo exterior, o significado de um erro cometido por alguns dos meus alunos ao escreverem surfista em vez de sofista.

Como é que se pode confundir a arte de bem falar com a arte de usar a prancha?

Uma forma possível de explicar este equívoco linguístico é: os sofistas ao abdicarem da procura da verdade e ao recorrem a qualquer meio para alcançar as suas conveniências pessoais – como frequentemente observamos entre os políticos – estão, tal como os surfistas, a cavalgar a onda.

Existem afinidades que nem sempre são evidentes…

Nota: A citação de Platão foi retirada do seu livro Fédon, Lisboa Editora, 1997, pág. 87.

 

publicado por Horacio@Freitas às 15:32


“O Libertismo é a perspectiva de que pelo menos algumas das nossas acções são livres porque não estão causalmente determinadas. Segundo esta teoria, as escolhas humanas não estão constrangidas da mesma forma que outros acontecimentos do mundo. Uma bola de bilhar, quando é atingida por outra bola de bilhar, tem de se mover numa certa direcção a uma certa velocidade. Não tem escolha. As leis causais determinam rigorosamente o que irá acontecer. Contudo, uma decisão humana não é assim. Neste preciso momento, o leitor pode decidir continuar a ler ou parar de ler. Pode fazer qualquer uma destas coisas e nada o faz escolher uma delas [ou seja, nada o obriga a escolher uma delas]. (…)

Esta forma de pensar foi defendida por diversos filósofos e propuseram-se vários argumentos a seu favor.

O argumento da experiência. Podemos começar com a ideia de que sabemos que somos livres porque cada um de nós apercebe-se imediatamente de ser livre cada vez que faz uma escolha consciente. Pense novamente no que está a fazer neste momento: ler uma página que está diante de si. Pode continuar a ler ou parar de ler. O que irá fazer? Pense na sensação que tem agora, enquanto pondera estas opções. Não sente constrangimentos. Nada o impede de seguir numa direcção nem o força a fazê-lo. A decisão é sua. A experiência de liberdade, poder-se-á dizer, é a melhor prova que podemos ter. (…)

O argumento da responsabilidade. O pressuposto de que temos livre-arbítrio está profundamente enraizado nas nossas formas habituais de pensar. Ao reagir a outras pessoas, não conseguimos deixar de as ver como autoras das suas acções. Consideramo-las responsáveis, censurando-as caso se tenham comportado mal e admirando-as caso se tenham comportado bem. Para que estas reacções estejam justificadas, parece necessário que as pessoas tenham livre-arbítrio.

Outros sentimentos humanos importantes também pressupõem o livre-arbítrio. Alguém que conquista uma vitória ou tem sucesso num exame pode sentir-se orgulhoso, enquanto alguém que desiste ou faz batota pode sentir-se envergonhado. Porém, se as nossas acções se devem sempre a factores que não controlamos, os sentimentos de orgulho e de vergonha são infundados. Estes sentimentos são uma parte inescapável da vida humana. Assim, mais uma vez, parece inescapável que nos concebamos como livres.”

James Rachels, Problemas da Filosofia, tradução de Pedro Galvão, Gradiva, Lisboa, 2009, pp.183-184 e 189-190.

Podemos resumir o argumento da experiência (por vezes designado argumento da introspecção) deste modo:
Se inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de ser livres, então a crença no livre-arbítrio é verdadeira.
Ora, inúmeras pessoas têm a experiência ou sensação de ser livres.
Logo, a crença no livre-arbítrio é verdadeira.

Podemos resumir o argumento da responsabilidade deste modo:
Se não existisse livre-arbítrio, então não teria sentido responsabilizar as pessoas.
Mas tem sentido responsabilizar as pessoas.
Logo, existe livre-arbítrio.


Hitler  Raoul Wallenberg

Nas imagens: Hitler e Raoul Wallenberg (diplomata sueco que salvou a vida de milhares de judeus perseguidos pelos Nazis). 

Segundo o Libertismo, só tem sentido censurar Hitler pela morte de mais de seis milhões de pessoas e elogiar Wallenberg pelo salvamento de alguns milhares de pessoas porque existe efectivamente responsabilidade. E a existência desta é um indício de que existe livre-arbítrio. 

Mas o argumento da experiência e o argumento da responsabilidade serão bons argumentos? Pense em objecções e formule-as de modo breve e claro.
 
publicado por Horacio@Freitas às 15:27

Titanic beijo “O impacto cultural da globalização foi alvo de muita atenção. Imagens, ideias, produtos e estilos disseminam-se hoje em dia pelo mundo inteiro de uma forma muito mais rápida. O comércio, as novas tecnologias de informação, os meios de comunicação internacionais e a migração global fomentaram um fluxo sem restrições de cultura que transpõe as fronteiras das diversas nações. Muitas pessoas defendem que vivemos hoje numa única ordem de informação – uma gigantesca rede mundial, onde a informação é partilhada rapidamente e em grande quantidade. (…)

Segundo estimativas, centenas de milhões de pessoas do mundo inteiro assistiram ao filme Titanic, em salas de cinema ou em vídeo. Estreado em 1997, o Titanic conta a história de um jovem casal que se apaixona a bordo do fatídico navio transoceânico, e é um dos filmes mais populares de sempre. O Titanic quebrou todos os records de bilheteira, acumulando mais de 1,8 mil milhões de dólares de receitas provenientes de salas de cinema em cinquenta e cinco países diferentes. Aquando da estreia do filme, formaram-se em muitos países filas de centenas de pessoas para comprar bilhete, e as sessões estavam permanentemente esgotadas (…)

masai e mulher ocidental O filme é um dos muitos produtos culturais que conseguiu quebrar as fronteiras nacionais e dar origem a um fenómeno de verdadeiras proporções internacionais. (…)

Uma razão que explica o sucesso de Titanic é o facto do filme reflectir um conjunto particular de ideias e valores com que as assistências pelo mundo fora conseguiam identificar-se. Uma das temáticas centrais do filme é a da possibilidade do amor romântico vencer as diferenças de classe social e as tradições familiares. Embora este ideal seja, de uma forma geral, aceite na maior parte dos países ocidentais, ainda não prevalece em muitas outras regiões do mundo. O sucesso de uma película como o Titanic reflecte a mudança de atitudes em relação a relacionamentos pessoais e casamentos, por exemplo, em partes do mundo onde os valores mais tradicionais têm prevalecido. No entanto, pode dizer-se que o Titanic, tal como muitos outros filmes ocidentais, contribui para essa mudança de valores. Os filmes e programas de televisão produzidos no Ocidente, que dominam os media mundiais, tendem a avançar uma série de agendas políticas, sociais e económicas que reflectem uma visão do mundo especificamente ocidental. Alguns preocupam-se com o facto da globalização estar a conduzir à criação de uma ‘cultura global’, em que os valores dos mais ricos e poderosos – neste caso, os estúdios de cinema de Hollywood – se sobrepõem à força dos hábitos e das tradições locais. De acordo com esta perspectiva, a globalização é uma forma de ‘imperialismo cultural’, em que os valores, os estilos e as perspectivas ocidentais são divulgados de um modo tão agressivo que suprimem as outras culturas nacionais.

Outros autores, pelo contrário, associaram os processos de globalização a uma crescente diferenciação no que diz respeito a formas e tradições culturais. Ao contrário dos que insistem no argumento da homogeneização cultural, estes autores afirmam que a sociedade global se caracteriza actualmente pela coexistência lado a lado de uma enorme diversidade de culturas. Às tradições locais, junta-se um conjunto de formas culturais adicionais provenientes do estrangeiro, presenteando as pessoas com um leque estonteante de opções de escolha de estilos de vida. Estaremos a assistir à fragmentação de formas culturais, e não à formação de uma cultura mundial unificada. As antigas identidades e modos de vida enraizados em culturas e em comunidades locais estão a dar lugar a novas formas de ‘identidade híbrida’, compostas por elementos de diferentes origens culturais. Deste modo, um cidadão negro e urbano da África do Sul actual pode permanecer fortemente influenciado pelas tradições e perspectivas culturais das suas raízes tribais, mas simultaneamente adoptar um gosto e um estilo de vida cosmopolitas – na roupa, no lazer, nos tempos livres, etc. – que resultam da globalização.”

Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pp. 64-65.

 

 

1. Descreva em poucas palavras a globalização cultural.

2. Dê exemplos ilustrativos da globalização cultural diferentes dos exemplos dados pelo autor.

3. Relacione a globalização cultural com a aculturação.

4. Relacione a distinção entre aculturação por assimilação e aculturação por destruição com a divergência entre os autores que defendem que a globalização cultural leva à homogeneização cultural e os autores que defendem que leva à diferenciação cultural.

5. Na sua opinião, quem tem razão nessa divergência. Porquê?

 

in http://cadernosociologia.blogspot.com

 

publicado por Horacio@Freitas às 15:21

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