Na Alegoria da Caverna, Platão descreve um grupo de homens que vivem presos no fundo de uma caverna e que consideram reais as sombras projectadas na parede. Para eles, essas sombras são a realidade – a única realidade.
Platão termina a Alegoria dizendo que os prisioneiros são semelhantes a nós. Essa semelhança significa que nós muitas vezes também confundimos a aparência com a realidade e julgamos verdadeiro o que é falso. Não estamos presos por correntes metálicas como os prisioneiros descritos por Platão, mas por outro género de “correntes”, que não imobilizam o corpo mas sim a mente: preguiça, medo, vícios, falta de espírito crítico, etc.
Inspirando-se na Alegoria da Caverna, o artista brasileiro Maurício criou uma pequena banda desenhada ("As Sombras da Vida") em que compara os prisioneiros, que julgam as sombras reais, com as pessoas “viciadas” em televisão, que confundem as suas imagens com a vida. Como é evidente, não é a televisão em si que é uma “corrente” mas a atitude acrítica e passiva que muitas pessoas têm perante ela.
(Pode encontrar essa banda desenhada aqui: clique em Quadradinhos, depois em Histórias Seriadas e finalmente em Piteco: As Sombras da Vida).